O que eu quero, eu nao sei

Quando eu tinha uns 5 anos queria ser astronauta quando fosse grande. Ficava horas na janela, à noite, vendo as estrelas, a lua, me imaginando voar naquele infinito lá longe. Tinha livros sobre o sistema solar, sabia de cor o nome de todos os planetas e sua ordem, seu tamanho. Montava maquetes. As histórinhas em quadrinhos do "Astronauta", personagem do Maurício de Souza me fascinavam e eu viajava em meus pensamentos e sonhos. Inventava brincadeiras. Até que um dia me disseram que para ser astronauta não era fácil e nada do que imaginava. Desanimei. Acabou passando um tempo e desencanei dessa ideia.
Logo que entrei na 1º série, tinha uns 7 anos, queria ser professora quando crescesse. Na verdade não somente eu, mas todas as meninas da minha turma. Acho que pelo fato de a professora fazer um papel protetor, depois da mãe claro, de ficarmos grande parte do dia com ela, e pela grande função de um professor que é ensinar. Aí veio alguém que me disse: "Ser professor não é trabalho fácil no Brasil. Trabalha muito e ganha pouco". Desanimei outra vez.
Anos depois, já com 8 ou 9 anos, tinha uma grande amiga e estávamos sempre juntas, nas brincadeiras, aulas, finais de semana. Uma das coisas que adorávamos fazer era elaborar e escrever livrinhos, gibis e revistas. Sempre gostei de escrever (até hoje) e essa minha amiga então, nem se fala. Fazíamos textos belíssimos, inteligentes, divertidos. Resolvi que quando crescesse queria ser jornalista. Sim, era isso! E lá fui eu escrever, até que chegou uma amiga, tempos mais tarde, e disse: "Tu vais ser jornalista? Estás doida! Vais passar fome!" Desanimei pela terceira vez.
No ano seguinte, com 10 anos, pensando em que eu gostava e podia ser quando fosse adulta, lembrei: "Por que não medicina?". Adorava ciências, estudar o corpo humano, como ele funcionava e, também achava a profissão fantástica. Conclui que médicos eram verdadeiros heróis, pois salvavam vidas. Ninguém me contrariou afinal, medicina dá dinheiro. Mas, com 11 anos, comecei a ter aulas de informática no colégio e aí me apaixonei por computadores. Pois então, de medicina passou à Análise de Sistemas.
Anos se passaram e continuei com a última idéia. Não fui mais contrariada e, minha mãe um dia falou que o importante era gostar do que se fazia e não pensar só no dinheiro. Mais aliviada, parei um pouco de ficar pensando tanto em que eu faria da vida no futuro afinal, ainda faltava tanto tempo.
Chegando no segundo grau, as dúvidas quanto à minha futura profissão retomaram. Eram tantas opções, que dava uma agonia só de lembrar. No segundo ano do ensino médio, para ter uma idéia, eu tinha 7 opções de curso que iam de Publicidade à Odontologia.
Chegando ao terceiro e último ano do colégio, a ansiedade aumentava cada vez. E agora, José? Faltava pouco para o vestibular. Tinha que decidir naquele ano o que queria fazer pelo resto da minha vida. De tanto ler e pesquisar os cursos, acabei ficando com Odontologia. Sim, ia ser dentista!
Ok, estava tudo certo! Fiz a inscrição para o vestibular em uma universidade federal mas, pena que não me dediquei tanto aos estudos como deveria. Queria aproveitar tudo o que podia do fim do colégio. Não passei em Odonto, mas passei em uma outra universidade, em Engenharia Química, pois nesta não tinha o curso de Odonto. Não sei até hoje porque cargas d'água me matriculei nesse curso. Mas cheguei ao fim do semestre e tranquei a faculdade. Assim, voltei aos estudos e cursinho outra vez, em busca da "Odonto" mas com um grande ponto de interrogação na cabeça: "Será que é isso mesmo que eu quero?" Até que minha mãe achou um material na internet sobre o curso de Nutrição. Li e comecei a me interessar. Quem sabe era isso mesmo, então fiz a inscrição e passei no vestibular. O curso foi ótimo! Adorei tudo, porém algo me dizia que não era bem isso... Ou só isso.
Hoje, formada a três anos e meio como Nutricionista, digo que gosto muito da minha profissão, da ciência da Nutrição, de ensinar as pessoas quanto à alimentação, o que é certo e errado mas, será que estou no caminho certo? As dúvidas continuam, o ponto de interrogação permanece e não tenho certeza alguma se é isso mesmo que devo ser para o resto da vida. Já pensei em desistir e trocar de profissão, já pensei em ter profissões paralelas...

Gosto de tantas coisas, tenho muitas idéias, me imagino em várias profissões, mas certeza não há. Sinceramente, mesmo grande, ainda não tenho a menor idéia do que "quero ser quando crescer".

Comentários

  1. "Quando eu crescer eu ser..."

    Jogador de futebol.
    É quem diria que eu um ronaldinho das peladas do campo de várzea, hoje estaria fazendo Sistemas de Informação.
    Tive sorte, desde pequeno soube que minha carreira teria de ser no ramo da informática, e hoje curso o terciro período de Sistemas de Informação numa faculdade estadual (UPE). De cara me identifiquei com o curso, tanto que criei meu blog sobre tecnologia.
    Muitas pessoas como você não tem a sorte que eu tive de se identificar com algo de cara, mas torço para que encontre logo o seu objetivo profissional.
    Abraços

    Victor Oliveira
    http://mycyber-space.blogspot.com/

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  2. Maniaco por computação eu queria fazer processamento de dados, so mudei para o jornalismom 6 meses antes de escolher o curso. Hoje consegui utilizar minhas duas paixões em um mesmo lugar com meu blog

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  3. passei por isso tbm...

    Agora escolhi fazer Publicidade e estou gostando muito!!! mas apesar de pensar em alguns momentos de mudar para jornalismo... he he, acho q essas duvidas nunca passam!

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  4. Bem vinda ao clube!

    Ahhh...no ínicio, queria ser arqueólogo, depois astronauta,desenhista,cientista/inventor maluco,jornalista...
    Daí consegui bolsa no Prouni e decidi fazer fisioterapia (onde eu tava com a cabeça?),então depois de 3 dos 4 anos de curso, tranquei a bagaça pra tentar Audiovisual na PUC ano que vem...
    Quem sabe eu não sossegue um dia...

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  5. Bem, como já disse no meu blog, amo ser bibliotecária e descobri que lecionar além de fazer pesquisa é o que eu quero fazer quando crescer!

    beijos!

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