"Quando se torna ritual, o chá constitui o cerne da aptidão pra ver a grandeza das pequenas coisas. [...] O ritual do chá, essa recondução exata dos mesmo gestos e da mesma degustação, esse acesso a sensações simples, autênticas e requintadas [...] tem essa virtude extraordinária de introduzir no absurdo de nossas vidas uma brecha de harmonia serena. Sim, o universo conspira para a vacuidade, as almas perdidas choram a beleza, a insignificância nos cerca. Então, bebamos uma xícara de chá. Faz-se o silêncio, ouve-se o vento que sopra lá fora, as folhas de outono sussurram e voam... E, em cada gole, se sublima o tempo." (Trecho do livro: A elegância do Ouriço)