superando-me.

Esses dias estava pensando quanto uma paixão pode nos mover e nos levar para muitas direções. E muitas dessas vezes, colocamos entusiasmo e coração demais naquilo que fazemos a ponto de o corpo, a alma (e o próprio coração) sentirem esses excessos.

Me refiro a dor que andei sentindo nos últimos tempo, quando fui correr. Logo pensei que era joelho, já que (quase) todo o corredor tem problema no joelho uma vez na vida. Fui em médicos e fiz exames. Resultado: sem problema no joelho. Nada! Nadinha foi detectado. Notícia boa! Voltei a correr. Devagar. Prestando atenção a cada passo que dava, a cada impacto da sola do pé na calçada. Percebi cada ligamento, tendão, músculo, osso da minha perna direita (da esquerda também, mas era na direita que a dor se mostrava). E foi ali que percebi: a dor no joelho vinha do meu jeito (errado) de pisar no chão (segundo especialistas). que a pisada errada gerava uma inflamação na canela que, interligada a outras partes da perna, trazia a dor por toda ela e não me deixava correr. Isso me fez lembrar, há dois, três anos, de uma dor muito parecida que me deu no braço direito. E que se alastrou para o ombro. De fazer café. de compactar pó de café para fazer espressos perfeitos. (Sim, sou perfeccionista!) Trezentas, quatrocentas vezes por dia. Intensamente. Por horas e horas. Sem parar. Por causa disso, fiquei sem fazer cafés por semana. Quase morri, - exagerada que sou! - E quando tentava prepará-los, tinha dores horríveis. Mas, após alguns dias de repouso (e drama), as dores amenizaram e voltei aos meus cafés. Com mais leveza que antes, mas o mesmo amor de sempre.

Acredito que quando colocamos muito amor naquilo que fazemos, tendemos a nos machucar um pouco. Não conseguimos medir o tamanho da força que a paixão nos proporciona. Talvez tenha sido assim também na corrida. Coloquei a empolgação no lugar do entusiasmo e esqueci de viver cada instante.

Espero voltar a correr em breve, sincronizando minhas passadas com as batidas do meu coração, e equilibrando leveza e intensidade nos limites do meu corpo. 

Acho que é isso a tal superação.

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